Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

Detrás da Neblina, Por entre o Nevoeiro

por lcferreira, em 19.09.10

 Pudesse eu ver por entre a neblina das gentes e o nevoeiro das hipocrisias dessas gentes.

 Pudesse eu ver as planícies da fraternidade de outros tempos idos. As mãos unidas de pessoas diferentes, em nome do melhor mundo possível, em nome duma causa maior que as disputas fúteis que nos alimentam os dias. Em nome de todos, sem nomear destinatários.

 

 O caminho da esperança é baço, ingénuo até. É desprovido de maneirismos ou artefactos, vinca-se nos factos para os quais é necessária e urgente a acção. É política, sendo que tudo é política hoje em dia, mas sem que se corrompa ou venda. É, além de querer, fazer por que amanhã seja um amanhecer melhorado, justo. Ingenuidade e fé.

 

 Pudesse eu entranhar esses sentires nos homens de hoje e de amanhã, fazê-los sair da sua zona de conforto e levá-los para a zona de confronto, ensiná-los a reivindicar o seu direito legítimo de ter uma palavra a dizer sobre os seus futuros. A serem Che's contra Salazares em Armani, resultados da falência dos valores, ardilosos contadores de estórias longas que nada dizem. A serem donos de si, por entre a neblina.

 

 Algures, detrás daquelas nuvens que bloqueiam as vistas, há um sol e uma lua, prontos para brilhar nos olhos de quem se atreva a tal, há estrelas a piscar, pequenos pontos lá ao fundo, pequenos como nós vistos de lá do fundo. Ser pequeno não é desculpa para não brilhar.

 

Chamo por Ti

por lcferreira, em 19.09.10

 A noite faz-se sentir e eu não consigo adormecer. O meu corpo ferve, chama por ti. Pede que o tomes, que o sorvas, que o engulas em ti.

 Pede o teu toque prometido e todos os arrepios de espinha que lhe dás a conhecer.

 A dor e o prazer, o prazer da dor, a dor do prazer, o agridoce sentir do teu corpo no meu.

 

 Ter-te no roçar das peles transpiradas, é deleite inagualável, benesse aguardada com excitação. É subir aos céus e cair nos infernos, tocar as nuvens e os fogos, tudo de uma vez, uma e outra vez.

 

 Ser tua, quão quisera que fosse já!...

 

 Espero por ti, madrugada adentro, com o corpo a ferver e a alma aflita, espero que me venhas tirar do mundo e me faças rainha do nosso próprio Universo.

Passeios e Asfalto

por lcferreira, em 09.09.10

  Caminho sem rumo pelo asfalto deserto. Vozes de reis caídos soam, ecoam pela noite. Rezam glórias antigas, tempos idos, vislumbrados através do éter e do ópio contrabandeado.

 

 Não há crianças nas janelas, a noite já se demora, durmam elas em inocência.

 

 Aqui, no meio da estrada mal alcatroada, bate o reflexo de uma Lua, meia cheia, meia vazia, uma Lua que olha altiva e paciente para as coroas velhas e os brasões gastos, os mantos rotos. Pedaços de reinados que os dias calaram, vidas que se foram ser levar os despojos, seres clamando o que eram sem olhar o que podem ser.

 

 Eu, eu caminho sem olhar para trás, sem ligar ás vozes que as bermas deixam escapar, quase sem me dar conta de que estou perto do meu destino, do meu rumo desconhecido e tão reconhecível.

 Percorri a estrada, na penumbra que as lâmpadas partidas e as fundidas me deixaram. Perscrutei o passeio cheio de lixo e manchas.

 

 Cheguei. Estou aqui.

Corpos desnudos

por lcferreira, em 09.09.10

 Sem roupa, essas amarras impostas, o mistério extingue-se, apaga-se a curiosidade da carne escondida, a ilusão dá-se por perdida.

 

 Sem artefactos em cima da pele, ficamos inseguros, vulneráveis, crus.

 

 É vermo-nos expostos, alma e coração incluídos, para que nos olhem e critiquem, que nos magoem.

 

 Por isso a luz apagada, medo. Medo instantâneo da recusa, da repulsa, da forma como nos olham e nos catalogam sem que o que somos venha ao de cima, apenas a pele, mais ou menos, a pele a ditar a opinião formada.

 

  Sem roupa somos caules ao vento, indefesos e sensíveis. Á chuva das palavras de outrém, boas e más, a apanhar gotas de alegria e tristeza.

À espera que me notes

por lcferreira, em 06.09.10

 Estar ébrio não é estar 'alegre', consegue  ser basrtante deprimente. O estômago arde, os movimentos não saem da forma mais célere, a fala atropela-se a si própria.

 

 Estar ébrio é pedir atenção, maneira mais errada não haverá certamente, pedir 'olha para mim, estou aqui', é ver-se sem outra forma de se ser notado. Esgotar toda a convencionalidade das palavras e passar á frase errática que advém do líquido destilado. É ter uma razão para se ser tresloucadamente opositor do rumo tomado, como se a discordância por si só não fosse razão válida. Estar 'com os copos' dá ênfase ao que temos a dizer.

 

 Ou faz com que me ligues menos ainda. E eu conencida dessa impossibilidade.

 

 Não me dás razão, sóbria ou ébria. Não pensas com o coração.

 

 

 O jantar está feito se é o que te importa.

Mais sobre mim

foto do autor

Arquivo

  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2013
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2012
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2011
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2010
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D