Amor em Mãos Penitentes
A tempestade passou, por agora.
Eu gritei e chorei, tu gritaste apenas, raramente choras, será que choras? As águas amainaram, sente-se a calma nas mãos, de tão palpável que é. Uma conversa vai resolvendo, a discussão só gera afastamento. Fomos marcados pela vida e isso percebe-se nas águas turvas que jorram de nós quando em vez. Penitentes sem saber porquê, sentenciadores duma razão mal percebida.
Dizes que tudo vai correr bem, espero que tenhas razão, nem sempre a tens. Prometes melhor. Eu também.
Se eu tentar e tu tentares, temos mais hipóteses, um barco não anda para a frente se só se remar de um lado, anda aos círculos sobre si próprio. E isso não é caminho.
Tenho esperança em nós, apesar de tudo, sou de uma ingenuidade louvável, li muitos contos de fadas, o amor vencerá todas as adversidades.
Chamei-te nomes. Não me arrependo, foi o que senti, afogar o que sentimos faz mal ao coração, deixa-o pesado e passível de explodir da maneira errada.
Gozo a paz das tuas mãos de amor nestas horas perdidas, quero guardá-las junto ás minhas. Aceito o teu abraço de desculpas e benzo-me com esperança...