O Meu Coração Caiu-me do Peito
À laia de desastre, no momento em que comemoro um aniversário, um pedaço de mim morre e desta vez, possivelmente para sempre.
É duro e vil, cruel mesmo, que a boca tenha vida própria e não obedeça a civismos nem reflecções. Mas a boca foi feita para falar, para beijar, não sabe ficar indiferente a posições de desamor.
E o peito chora, todo o mundo cái em cima dos meus costados e eu, engolida que sou neste buraco negro da alma, definho sem forças nem vontades, sem uma parte que é minha e me está a ser negada.
Concessões. Fazê-las, esperar que as façam. Querer as coisas mais simples do mundo e ver que não se dão.
O coração de uma mulher, seja ela quem for, quer vir em primeiro, numa prioridade quase infantil, quer devoção e companhia.
E quando não tem esse sustento que lhe dá vida, murcha em si.
Deixaste-me com o peito vazio.