Quando Voltavas
E a tua ausência era um poço de dor que não se dava por findada quando a Lua se escondia por entre os olhos de quem se acha adormecido. Não, nada dela se acabava apenas porque o Sol teimava em abrir as portas do seu íntimo sonho diurno.
A tua falta era um mar que me afogava o sorriso e me cortava o ar, tão sem ar me ficava que os olhos lagrimados chamavam por ti, nessa língua que não é de reis nem de rainhas, mas de pobres sentimentais aprisionados pelo tempo e pelo espaço.
E então, tua ausência era uma trova que se elevava pelos céus de uma benesse que se aproximava a passos largos, um sem-número de palavras ocas e sonhadas, um bem querer que me aquecia a alma fugida.
Quando voltavas e até à próxima partida, a vida era um enorme coração rabiscado e contente.