Para Lá
por lcferreira, em 15.08.10
Para lá de onde a vista alcança, ficam os dias que se perderam e os amores que morreram.
Mãos de fadas, mãos de mel, cerdas dum qualquer pincel, para lá de onde a vista alcança.
Lá, no buraco negro que todos os ontens pintaram, jaz morto, frio e mirrado, o amor deitado fora.
Todo o amor não escolhido, aquele em que ninguém pegou, para lá de onde a vista alcança, esquecido e amontoado por entre dias queimados.
Negro o rubro de outrora, doente o que já deu vida, amor sangrado e desprovido de si mesmo.
Que nunca faças morrer, este que a ti te tenho, este amor escarlate não quer ser negro, para lá de onde a vista alcança.