Corpos desnudos
por lcferreira, em 09.09.10
Sem roupa, essas amarras impostas, o mistério extingue-se, apaga-se a curiosidade da carne escondida, a ilusão dá-se por perdida.
Sem artefactos em cima da pele, ficamos inseguros, vulneráveis, crus.
É vermo-nos expostos, alma e coração incluídos, para que nos olhem e critiquem, que nos magoem.
Por isso a luz apagada, medo. Medo instantâneo da recusa, da repulsa, da forma como nos olham e nos catalogam sem que o que somos venha ao de cima, apenas a pele, mais ou menos, a pele a ditar a opinião formada.
Sem roupa somos caules ao vento, indefesos e sensíveis. Á chuva das palavras de outrém, boas e más, a apanhar gotas de alegria e tristeza.