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L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

The Flood

por lcferreira, em 03.11.11

 

 O dilúvio fez-se senhor dos céus e do mar, engoliu as terras e salgou as praias.

 

 Por todo o lado, jazem os chapéus de uma chuva que não cessa e não se rende às rezas das gentes aflitas. Por entre os edfícios acimentados, o vento bufa as amarguras e não se importa com o quê ou quem leva nos braços.

 

 E aqui, no calor fresco da humidade das contruções baratas, as janelas dão-me a conhecer a negritude da noite e seus passageiros distantes, que correm em busca de um abrigo. Sem voz nem face, lá ao longe, numa rua da qual não conheço o nome.

 

 Não alcanço o mar, fundiu-se com o céu num tom de tempestade vestidos, ligados pela àgua que foi do mar e do ar, nesse ciclo de vida ancestral e dominante.

 

 Resta a esperança da bonança que tráz o amanhã ou o dia depois desse.

 

 

O Meu Coração Caiu-me do Peito

por lcferreira, em 09.10.11

 À laia de desastre, no momento em que comemoro um aniversário, um pedaço de mim morre e desta vez, possivelmente para sempre.

 

 É duro e vil, cruel mesmo, que a boca tenha vida própria e não obedeça a civismos nem reflecções. Mas a boca foi feita para falar, para beijar, não sabe ficar indiferente a posições de desamor.

 

 E o peito chora, todo o mundo cái em cima dos meus costados e eu, engolida que sou neste buraco negro da alma, definho sem forças nem vontades, sem uma parte que é minha e me está a ser negada.

 

 Concessões. Fazê-las, esperar que as façam. Querer as coisas mais simples do mundo e ver que não se dão.

 

 O coração de uma mulher, seja ela quem for, quer vir em primeiro, numa prioridade quase infantil, quer devoção e companhia.

 E quando não tem esse sustento que lhe dá vida, murcha em si.

 

 

 Deixaste-me com o peito vazio.

 

 

Eu Sou o Sonho Que Não Usa Sorrisos

por lcferreira, em 06.10.11

 Sonhei com um amanhã que não existe, um sorriso que me arrancaram do peito.

 

 Sou um ser ausente da realidade, invento um hoje só para mim, ninguém lá entra, ninguém quer. Sou uma falha de existir, aqui permaneço sem saber porquê, para quê.

 Não sinto como se tivesse vindo do ventre de minha mãe, é como se me tivessem deixado abandonada num mundo que não é meu, num corpo que não reconheço, uma voz que não é igual à que vive na minha cabeça, um coração que chora mais que vive.

 

 Sou um pedaço perdido da alma que habitei, num tempo mais longe do que a memória alcança. Um lamento vago da terra batida, um sopro de um vento que aquece o céu.

 

 Sou menos do que sonhei ser, não percebo as demandas desta vida enredada em si.

 Nem sei se quero...

 

 

Quem Pediu Outra Volta?

por lcferreira, em 28.09.11

 A Vida virou-se de cabeça para baixo, de pernas para o ar. Abriu os braços para o céu e atirou-se para a relva.

 

 Virou as costas à sorte e aos favores do sentir, deixou-se ficar sem defesas, abraçou a tempestade.

 

 Já não há dias felizes na Terra do Nunca, o carrocel parou e os póneis fugiram.

 

 O Amor morreu, e não houve mais Vida, o funeral deu-se sem choros nem rosas.

 

 

 Quero deixar de ser infeliz, quero ser ar e nele me entregar, sem medo do que o coração me vai dar a escolher.

 

 

Entre( )Linhas e Pontos Finais

por lcferreira, em 27.09.11

 Eras tu ou era eu, que nos afundava a história e não deixava que ela se fizesse contar? Já não sei, já não me lembro, tenho nuvens nos olhos, tenho pedras no peito.

 

 Queria ter-te como nunca te tive, sentir-te como se não houvesse mundo à nossa espera, essa parafernália de cousas que temos para fazer, para desfazer, para agendar.

 Sinto-me um compromisso sem hora, um apontamento esborratado no calendário expirado, sem floridos, sem emoções.

 

 Se esta história não se perdura, não é por falta de Amor. Será por falta de quê, então?

 

 Não quero mudar mais, dar mais, dei que chegue, mudei bastante, que mais podes pedir?

 Tenho sangue quente nas veias, não me vou desculpar por tal.

 

 Não, não está a resultar. Nenhum de nós tem o que precisa, o que quer. E no entanto, amamo-nos.

 

 E eu não sei se consigo começar de novo.

 

 

As Time Will Teach You

por lcferreira, em 19.07.11

 

 Quando eu me for daqui, do meio desta casa bafienta e idosa, eu sei que não vais chorar.

 Vais, na tua imensurável crueldade comedida, sentir-te livre, vais achar que vais ficar melhor sem mim, sozinho.

 

 E durante um tempo, essa será a verdade.

 

 Mas quando esse estado de exaltação passar, vais dar-te conta que não encontrarás ninguém que te ame tanto quanto eu.

 E aí será tarde demais e esse vazio será a tua consolação.

 

 

Pedaço Negro

por lcferreira, em 18.07.11

 

 Essa Lua nua e crua que nos invade e nos cerra os dentes do alto do seu altar.

 Esse Sol na noite escura e fria, essa prata por entre os pechisbeques da vida.

 Essa Lua de loucos e vadios, de animais e de animalescos senhores, cheia e vazia.

 Misto de amor e devoção tresloucada.

 Essa Lua que é minha e é tua e se eleva nos olhos do mundo.

 Que arde no coração dos amantes e dos que nunca amaram.

 Poesia e dor, santidade e promiscuidade.

 Sem pejo ou arrependimento, cegueira e raiva, serenidade e silêncio.

 

 Esse feitiço chamado Lua.

Mil Faces Tem a Dor

por lcferreira, em 17.07.11

 

 Sou humana, de carne fraca e imoral. Sou uma só e albergo milhares de mim, em mim.

 Tenho as mãos cansadas e sem força, deixo-as cair em desespero. Não sei que mais fazer, sinto-me afogada e soterrada, não consigo agir de outro modo. Estou enredada num misto de sentires e cheiros e não estou a vislumbrar uma saída em grande estilo.

 Quero fugir de mim, do reflexo do espelho quebrado, dos modos loucos de mim.

 

 Despir a minha pele e deixá-la endurada no guarda-fatos de nogueira falsa.

Embrace The Feeling

por lcferreira, em 16.07.11

 Não obstante as dores do passado.
 Não dando vazão para os dias negros do futuro.
 Tendo completa noção dos obstáculos do presente.

 Sabendo que pode correr mal.
 Dando azo para que corra.
 Mesmo errando sucessivamenta.
 Esperando o melhor.
 Fazendo o pior.

 Deixo cair o muro e deixo-me às mãos dum poder maior.

 Apaixono-me.

 

 

Cale-se a Vontade Irracional

por lcferreira, em 15.07.11

 Queria poder gritar que te amo mas não posso. Queria poder te abraçar e tocar e beijar à luz do dia, não devo. As pessoas olhariam para mim e diriam que sou louca. E sou. Sou louca por ti e por ser tua. Sou louca que nem uma adolescente apaixonada pela primeira vez. É isso, estou apaixonada. Mas não era suposto, não me era permitido, simplesmente não é. Ainda assim, grito a ti, no silêncio rouco das nossas horas, que te amo, que te adoro, que sonho contigo, que adormeço e acordo contigo no pensamento.
 

 Se ao menos fosse verdade. Se ao menos fosse possível.

 

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