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L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

a noite tem horas a mais, o amor não

por lcferreira, em 15.06.14

e se eu disser que nada mais há a fazer e se o tecto desabar por cima dos teus pecados e todo o céu se encher de fogo e mágoa? se por entre o fado e o fardo de já nada mais haver a dizer e tanto já se ter chorado em dor e angustia, se tudo isso virar um pó que nos tape os olhos e nos perfure os pulmões? se o dia morrer no surdo lamento não dito e a prata de que se faz a lua derreter para cima dos corpos que ocupamos e nos for negada a barca?

 

por entre a devassidão dos dias deixados para amanhã e os amanhãs que nunca mais nos verão unidos, que te resta nesse pequeno mundo pintado de grades feitas de arrogantes ares cravejados de nicotina? 

 

é isso o famoso amor? pedaços de nada regados a fel num discurso irónico e vazio? 

 

dói. mas irá deixar de doer. de ti nunca nascerá a semente fértil da felicidade.

 

Quem Pediu Outra Volta?

por lcferreira, em 28.09.11

 A Vida virou-se de cabeça para baixo, de pernas para o ar. Abriu os braços para o céu e atirou-se para a relva.

 

 Virou as costas à sorte e aos favores do sentir, deixou-se ficar sem defesas, abraçou a tempestade.

 

 Já não há dias felizes na Terra do Nunca, o carrocel parou e os póneis fugiram.

 

 O Amor morreu, e não houve mais Vida, o funeral deu-se sem choros nem rosas.

 

 

 Quero deixar de ser infeliz, quero ser ar e nele me entregar, sem medo do que o coração me vai dar a escolher.

 

 

Entre( )Linhas e Pontos Finais

por lcferreira, em 27.09.11

 Eras tu ou era eu, que nos afundava a história e não deixava que ela se fizesse contar? Já não sei, já não me lembro, tenho nuvens nos olhos, tenho pedras no peito.

 

 Queria ter-te como nunca te tive, sentir-te como se não houvesse mundo à nossa espera, essa parafernália de cousas que temos para fazer, para desfazer, para agendar.

 Sinto-me um compromisso sem hora, um apontamento esborratado no calendário expirado, sem floridos, sem emoções.

 

 Se esta história não se perdura, não é por falta de Amor. Será por falta de quê, então?

 

 Não quero mudar mais, dar mais, dei que chegue, mudei bastante, que mais podes pedir?

 Tenho sangue quente nas veias, não me vou desculpar por tal.

 

 Não, não está a resultar. Nenhum de nós tem o que precisa, o que quer. E no entanto, amamo-nos.

 

 E eu não sei se consigo começar de novo.

 

 

Pedaço Negro

por lcferreira, em 18.07.11

 

 Essa Lua nua e crua que nos invade e nos cerra os dentes do alto do seu altar.

 Esse Sol na noite escura e fria, essa prata por entre os pechisbeques da vida.

 Essa Lua de loucos e vadios, de animais e de animalescos senhores, cheia e vazia.

 Misto de amor e devoção tresloucada.

 Essa Lua que é minha e é tua e se eleva nos olhos do mundo.

 Que arde no coração dos amantes e dos que nunca amaram.

 Poesia e dor, santidade e promiscuidade.

 Sem pejo ou arrependimento, cegueira e raiva, serenidade e silêncio.

 

 Esse feitiço chamado Lua.

Mil Faces Tem a Dor

por lcferreira, em 17.07.11

 

 Sou humana, de carne fraca e imoral. Sou uma só e albergo milhares de mim, em mim.

 Tenho as mãos cansadas e sem força, deixo-as cair em desespero. Não sei que mais fazer, sinto-me afogada e soterrada, não consigo agir de outro modo. Estou enredada num misto de sentires e cheiros e não estou a vislumbrar uma saída em grande estilo.

 Quero fugir de mim, do reflexo do espelho quebrado, dos modos loucos de mim.

 

 Despir a minha pele e deixá-la endurada no guarda-fatos de nogueira falsa.

O Rosto de Fel era Jovem

por lcferreira, em 14.07.11

 

 Mudaste de um dia para o outro e eu percebi. Mesmo quando dizias que não, eu percebi. És uma coisa, não é possível que sejas humano. Não há pingo de humanidade no teu íntimo e pior, não te faz diferença. É essa a diferença entre nós, sou humana demais. Erro, oh se erro!, digo e faço coisas não entendidas ou mal interpretadas, sou assim. Não sou biónica, choro e grito e tenho ataques de histerismo, sou depressiva mesmo antes de ser moda sê-lo. E tu... meu amor que me disse amar e agora já não, tu és a face mais visível da crueldade que conheci ultimamente. Tão bonito e tão doce e tão arrebatador. Tão podre por dentro como nunca vi. Para ti é normal roubar um coração e dá-lo de comer aos mares. Para mim não. Amei-te.

 

 E agora já não.

 

 

Há Mais Guerra que Paz no Reino dos Amantes

por lcferreira, em 13.07.11

 

Os meus poemas morreram afogados, foste tu. Qual Adamastor, monstro dos mares e das brumas, foste tu quem matou cada um dos meus poemas. Jazem agora eles, no meio do sal das minhas lágrimas por ti derramadas. Mortos, frios e sem vírgulas, manchados, sozinhos. Vou correr a socorrê-los, será que vou a tempo?, sei que não mas posso tentar, tenho de tentar. Que te fizeram eles para que os dilacerasses, para que os desmembrasses sem pudor? Que pecado imperdoável foram cometer, que não te dessem outra escolha senão a de os destruíres? Eram pedaços do meu amor, odes de carinho e dedicação, fragmentos do meu coração. Rasgaste o meu coração quando rasgaste os meus poemas. Ei-lo agora, morto, frio, sangrado e traído.
Era teu. Morreu.

 

 

Arrependo-me Mais do Que Não Amei

por lcferreira, em 12.07.11

 

 Tenho um choro guardado dentro de mim que é para ti. Tu, que não terias vindo para me magoar, provaste ser mais um motivo de dor na minha vida. A idade não desculpa, nada desculpa que me tentes e me largues sem mais não. Eu confiei em ti.

 

 Enganei-me.

O Amor Não é Coerente

por lcferreira, em 12.07.11

 

 Sou estúpida e parva e grito e digo asneiras.
 Sou terna e amorosa e faço tudo quanto queres.
 Menos resignar-me e deixar cair a imensa falta de tacto com que me tacteias nuns dias.
 Sou tua e isso pôe-te num lugar confortável de onde não queres sair, nem que seja para fazeres valer o estatuto.
 És uma besta com um b muito maiúsculo e não me ligas patavina dias inteiros por saberes que ainda assim, estou lá, sou tua.
 E a culpa é minha por te deixar ser assim e te dar a segurança do meu regaço e do calor do meu amor que correu atrás do teu para o aninhar nele.
 A culpa é tua por seres assim e não te esmerares para mudar por mim e por nós e esperares que eu faça tudo e tudo se resolva por si só sem que tenhas que lutar por isso.
 Sim, sou estúpida e parva mas dou-te todo o meu amor e provo-to e mostro-to e tento falar contigo para se dar uma solução às coisas, às  nossas coisas e tento e tento e tento outra vez.
 O quê que tu fazes?
 Aturares-me apenas, apesar de difícil não é suficiente, eu também te aturo e as bases de uma relação não se medem pela capacidade de aturar o outro.
 Sou tua, tão tua que mete nojo, o medo de te perder é palpável e tu sabe-lo, parece que te aproveitas disso vez em quando.

 

 Durmo, o zumbido no meu ouvido estraga o que é de bom guardar, os cheiros e as flores que os sonhos negros engoliram. O céu é uma sombra sobre as árvores nuas. Vou adormecer com elas.

 

 Tenho saudades tuas.

 

 

 

Enquanto a Noite Cái sem Rendição

por lcferreira, em 08.07.11

 

 Perdoa-me, se conseguires.

 

 Perdoa que eu sinta e te inunde os ouvidos com o clamor desse sentir cego e sem botão de mute.

 Perdoa que chore como se não houvera amanhã e parta pratos e todas essas outras coisas emocionais, a teu ver, desnecessárias ao nosso viver.

 Perdoa que te queire mesmo com defeitos, numa esperança casta que este amor te ensine a dar por dar, a dar por receber, a dar.

 Perdoa que tenha esperança e fé que não no Deus que admiras, mas em pessoas normais, a viver as suas vidas com devoção suficiente pelo coração de cada um.

 Perdoa que não reze como tu, que eu rezo cantando a música que me toque ao peito e me dê alento.

 Perdoa que goste de pessoas mesmo que não goste de todas e lhes responda tudo quanto a minha mente intenta, sem olhar ao decoro e à hipocrisia com que achas que o mundo merece ser tratado.

 

 Perdoa que não ligue a estereótipos fracos e sem razão, que queira e viva como me convèm, que acredite que a beleza e a fealdade dos seres está por dentro e nunca à superfície deles.

 

 

 Mas perdoa especialmente que te ame, que te tenha este amor grande e palerma, sem regras, cheio de 8's e de 80's, este amor que me deixa as veias do coração a bombear sangue que nem loucas, que me deixa louca. Perdoa que queira estar no teu regaço durante horas a fio e que te peça para me levares contigo a ver o mundo e suas cores, que a tua presença é-me vital e mortífera.

 

 Ser tua e de não outro, é tudo por quanto posso pedir perdão.

 

 

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