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L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

Há Mais Guerra que Paz no Reino dos Amantes

por lcferreira, em 13.07.11

 

Os meus poemas morreram afogados, foste tu. Qual Adamastor, monstro dos mares e das brumas, foste tu quem matou cada um dos meus poemas. Jazem agora eles, no meio do sal das minhas lágrimas por ti derramadas. Mortos, frios e sem vírgulas, manchados, sozinhos. Vou correr a socorrê-los, será que vou a tempo?, sei que não mas posso tentar, tenho de tentar. Que te fizeram eles para que os dilacerasses, para que os desmembrasses sem pudor? Que pecado imperdoável foram cometer, que não te dessem outra escolha senão a de os destruíres? Eram pedaços do meu amor, odes de carinho e dedicação, fragmentos do meu coração. Rasgaste o meu coração quando rasgaste os meus poemas. Ei-lo agora, morto, frio, sangrado e traído.
Era teu. Morreu.

 

 

Arrependo-me Mais do Que Não Amei

por lcferreira, em 12.07.11

 

 Tenho um choro guardado dentro de mim que é para ti. Tu, que não terias vindo para me magoar, provaste ser mais um motivo de dor na minha vida. A idade não desculpa, nada desculpa que me tentes e me largues sem mais não. Eu confiei em ti.

 

 Enganei-me.

O Amor tem Tardes de Sofrimento Profundo

por lcferreira, em 25.05.11

 Esperei por ti toda a vida nesta tarde que se acabou. Esperei e desesperei de cega que estava pelo sol sufocante que não arredava pé.

 

 Esperei, estátua humana do amor que sinto, do amor que tenho para ti. Quando a tarde se findou e a noite deu de si, eu continuei à espera, em lágrimas, esperei. Quando o céu ardeu e a lua se fez rainha, a esperança que detinha no meu peito, foi morrer no sal do meu olhar, a olhar o horizonte da estrada por onde devias chegar.

 

 Não consigo deixar de esperar, ainda agora, que já deixei a varanda de madeira onde calquei os pés desnudos nessa tua espera infrutífera, ainda espero, mesmo descrente, mesmo sem fé, ainda espero, ainda amo. Daria a vida inteira, essa que gastei no soalho gasto, para entender o que te move e o que não. Quem és tu para me fazer esperar, em angustiante sentimento, no fim do mundo dos outros, envolta em tristeza e abandono, a chorar? Quem és, inconsciente amante que não dás sinal de vida, que não mandas mensageiros com novas de ti?

 

 As naus saíram do porto e foram encontrar os rochedos de fel. Estarias numa delas? Serias tão pouco homem que preferiste fugir deste amor que fizemos nas margens do rio? Talvez nem sequer tenhas ido, embriagado da covardia do não entendimento do sentir, embriagado num canto recôndito e obscuro desta metrópole que nos assalta e engole...

 

 Oh!, que eu esperei tanto por ti, por nós. E o sol brilhou e desapareceu e tu não vieste tirar-me do varandim sujo e descolorado. E eu ainda espero, tão longe que fui pousar, ainda espero pelo encontro do teu olhar, a fitar o meu, a dar-me de beber o amor que não aprendeste a controlar. Ainda espero, tola que sou, apaixonada que estou, espero e desespero, calada, numa ânsia surda e fria, espero. Com tudo o que tenho, sem medo de falhar, sem problemas se falhar, a tentar, espero. Quase sem ar, não vá perder a tua chegada por respirar alto demais. Tola, na espera de ti.

 

 

A Cegueira do Coração faz Luto

por lcferreira, em 14.05.11

 Não desistas de mim.

 Era tudo o que conseguia dizer, tudo o que conseguia pensar. Não, mentira. Ele tinha passado a parte do simples pensar, tinha passado para a parte do pensamento obsessivo.

 Precisava dela e ela não estava, tinha partido. Tinha partido, assim como o avisara tantas vezes, vezes a que ele não dera importância.

 E agora, agora precisava dela, do seu olhar perscrutador e do som da sua voz. Precisava que o viesse salvar, dele mesmo, do seu jeito monótono de viver, da rotina dos dias e da solidão das noites. E ela não vinha, ela não estava mais ali, do lado dele, a olhar por ele, a dizer-lhe o que fazer, ela tinha partido.

 

 Quando? Quando partira ela, que ele, envolvido em si mesmo, não percebera que era a sério, que não voltaria mais? O que tinha sido o ponto maior, que ele não reparara, essa farpa que levara à separação do amor? Soubesse ele qual e não a teria atiçado.

 

 Agora, era tarde. Era?, pensava, cego pela falta que não imaginava que ela lhe fizesse.

 Talvez ainda o aceitasse, doido de dor como estava, corroído pelo vazio dela na sua vida. Sim, talvez seja possível, dizia para consigo.

 

 Correu, voaria se pudesse, foi-se quedar na porta dela.

 A pulmões cheios gritou: "Não desistas de mim!", gritou uma e outra vez, até ela vir espreitar à janela, a chorar.

 

 Ela não chorava como choram as mulheres quando os homens as surpreendem e emocionam, não, não era esse tipo de choro.

 Por entre as lágrimas, ele viu a dor tatuada nos seus olhos, viu-a tão viva que doía olhá-la directamente nos olhos. Não podia ser uma coisa nova, nada novo tem aquele aspecto, aquela dor fazia parte dela há muito tempo. E ele?, como não vira?, como não conseguira perceber que a infelicidade lhe estava a sugar a juventude? Tinha sido tão cego, tão ocupado e cego.

 

 Perdera-a. Conseguia vê-lo, por entre o choro enlutado dela.

 

 Caíu de joelhos no chão, num grito que a urbe abafou. Ela saiu da janela, ele morreu um pouco.

 

 E os dias não mais foram de sol.

 

 

Do Alto do Muro Cresce a Dor sem Porquê

por lcferreira, em 07.05.11

 Um minuto passou, depois outro e outros mais se seguiram. O relógio avançava, impiedoso.

 Não ligava para as lágrimas dela, para a dor estampada no seu rosto jovem. Não se condoía com o seu coração triste e amarrotado em desamor.

 Os minutos eram assim, uns após ou outros, sem parar o mundo, para que ele olhasse para aquela mulher, outrora menina, em cima de um muro, a chorar.

 

 E ela lá se quedava, abandonada pela flores, entregue à amarga solitude. Numa espera que não tinha porquê, em nome dum sentir que a traíra.

 

 O amor tinha-a traído, sem razão aparente, sem explicação possível. Era por isso que esperava, do alto do muro. Pela resposta a todos os seus porquê's.

 E embora ela soubesse, que saber não diminui a dor, ela não iria descer do muro, enquanto não soubesse porque havia o amor falhado.

 

 

O Amor Precisa de Amor

por lcferreira, em 05.05.11

 Disse-lhe, com as palavras erradas, que não sucumbisse ao cansaço, à falta de tempo, à falta da materialização do amor. Disse-lho e ela, no meio da raiva que advém duma discussão, percebeu do seu jeito. Percebeu errado.

 

 Despoletou nela uma reacção adversa, cheia de ideias de um futuro, quando tudo o que ele queria, era assegurar mais um dia juntos. Ele pediu-lhe que lutasse, mesmo que parecesse não o querer, tão envolto em prioridades que a relegavam para último.

 

 Quando a explicação veio, ela chorou e chorou. Chorou mais, apercebendo-se de que, ultimamente, era essa a constante maior da sua vida. E o amor não deveria trazer tanta dor, tamanha expulsão de sal dos seus olhos castanhos. O amor era o maior dos dons, o melhor dos sentires. Mas não era isso que este amor lhe trazia. E ela falava em desistir.

 

 Foi pela noção dessa realidade que ele trocou as palavras e a magoou novamente, acto intencional ou não, era corriqueiro. Mas isso não criava nela o hábito de o sentir. Ela odiava ser magoada e culpava-se por amar um homem, que sim, também a amava, mas que se esquecia de o demonstrar, pois esperava que ela aguentasse até todas as contrariedades passarem. Mas depois de uma vencida, uma se lhe seguia, e era assim que ela vislumbrava o futuro, uma sucessão de coisas muito importantes que faziam com que ela parecesse insignificante.

 

 Não há nada de insignificante numa mulher que ama em pleno, que ama com o corpo todo, com o coração e alma abertos.

 Não há nada de insignificante em desmerecer e subvalorizar tamanha entrega.

 Não há nada de insignificante num toque que não se dá, por desculpas que não justificam a falta dele.

 

 Ele mudou de assunto. Ela calou o choro. O dia encontrou-os juntos, com um muro invisível entre os dois. E isso mudou o amor.

Deste Lado do Muro faz Dor

por lcferreira, em 07.11.10

 Já não sei quanto tempo faz desde a última guerra. Tenho a cabeça em turbilhão. Choro sozinha deste lado do muro que levantaste, do lado da solidão que não conhece fim.

 

 Perguntas-te se te amo, tendo em conta o comportamento. E eu pergunto-te o mesmo, que deste lado do muro, eu não sinto o teu amor.

 Amo-te, pois se não, não seria explicável este revirar de pedras, se eu  não te amasse, eu não gritava nem faria de tudo para ter a tua atenção. Se eu não te amasse, eu não chorava.

 

 

 Sinto a tua falta e faz-me doer o coração a falta que não te faço, o quão bem consegues passar sem mim, o quão  rapidamente essa ideia de liberdade te passa frente aos olhos.

 

 Estás zangado. Eu sei. E tu, que sabes tu? Saberás o quanto mal se imperam as noites sem ti? Que fazes parte integrante de todas as minhas ideias de futuro, que te tenho comigo todos os dias no pensamento? Saberás o que dói que não tentes sequer esconder que nem te lembraste de mim todo um dia? Que te esqueças das datas que importam e nada por elas faças, porque amanhã ou outro dia distante será para ti um dia tão bom quanto este para comemorar? Que tenhas sempre algo mais urgente para fazer do que olhar para mim, chegar-te a mim? E no entanto, sinto da tua parte uma indicação de que não deveria estar zangada, que não lhe ganhei o direito por exagerar ou por gritar ou porque simplesmente tu não dás para esse peditório.

 

 Disseste que faço de ti um monstro. Como não se é assim que te comportas?

 

 Não baixas o muro. Ameaças que é hoje que se acaba tudo. Talvez seja pelo melhor, já sobrevivi ao desamor antes. Não quer dizer que o quisesse ou queira.

Ana

por lcferreira, em 22.08.10

 Já não te vejo sorrir. Apenas conto as lágrimas que deixas cair entre soluços e sinto-as arder-me nos olhos. Queria fazer mais. Tirar-te essa dor e encher-te de esperança.

 Amanhã brilhará o sol. E depois também. Um destes dias, o sol será teu novamente. Tens de acreditar, Ana. Por ti e por todos quanto te adoram ver sorrir.

 

 Porquê? Por isso mesmo e porque a tua vida é demasiado preciosa para a passares a chorar.

O Telefone caíu-me das Mãos

por lcferreira, em 05.08.10

 

 O telefone caíu-me das mãos que não param de tremer. Não consigo falar, balbucio e gaguejo, já não me conheço.

 Mentes, és um monstro, um dos mais horríveis que encontrei. Como é possivel que possas me tratar assim e ainda dizeres que me amas? Mentiras, só vejo mentiras a escorrer de ti. Para o meu bem?! Se eu achasse que era para o meu bem, a iniciativa partiria de mim.

 Não é o mais importante e isso não devia ser um problema desta grandeza. O amor e a dedicação que te dou, essas deviam ser o mais importante. A tua falta de confiança em mim é estapafúrdia e seria algo de que me riria se não doesse tanto. Não cometi os teus erros, não fiz nada de errado, não mereço isto.

 Mal consigo ver as letras com que escrevo, as mãos não cessam de tremer e tu não atendes o telefone que me desligaste na cara e nas lágrimas. Não consigo parar de chorar, toda eu dói.

 Só me apetece chamar-te nomes e mandar tudo fora, todos os dias destes dois anos. Tremo cada vez mais, não paro de chorar. Que vida é esta? O que andas a fazer-me? Estás a destruír-me, a derrubar-me, sabes que tenho tendências depressivas, estás a atirar-me para um poço de onde não sei se conseguirei sair. Monstro. Cabrão.

 Fará se não me amasses...

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