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L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

The Flood

por lcferreira, em 03.11.11

 

 O dilúvio fez-se senhor dos céus e do mar, engoliu as terras e salgou as praias.

 

 Por todo o lado, jazem os chapéus de uma chuva que não cessa e não se rende às rezas das gentes aflitas. Por entre os edfícios acimentados, o vento bufa as amarguras e não se importa com o quê ou quem leva nos braços.

 

 E aqui, no calor fresco da humidade das contruções baratas, as janelas dão-me a conhecer a negritude da noite e seus passageiros distantes, que correm em busca de um abrigo. Sem voz nem face, lá ao longe, numa rua da qual não conheço o nome.

 

 Não alcanço o mar, fundiu-se com o céu num tom de tempestade vestidos, ligados pela àgua que foi do mar e do ar, nesse ciclo de vida ancestral e dominante.

 

 Resta a esperança da bonança que tráz o amanhã ou o dia depois desse.

 

 

Pedaço Negro

por lcferreira, em 18.07.11

 

 Essa Lua nua e crua que nos invade e nos cerra os dentes do alto do seu altar.

 Esse Sol na noite escura e fria, essa prata por entre os pechisbeques da vida.

 Essa Lua de loucos e vadios, de animais e de animalescos senhores, cheia e vazia.

 Misto de amor e devoção tresloucada.

 Essa Lua que é minha e é tua e se eleva nos olhos do mundo.

 Que arde no coração dos amantes e dos que nunca amaram.

 Poesia e dor, santidade e promiscuidade.

 Sem pejo ou arrependimento, cegueira e raiva, serenidade e silêncio.

 

 Esse feitiço chamado Lua.

O Amor tem Tardes de Sofrimento Profundo

por lcferreira, em 25.05.11

 Esperei por ti toda a vida nesta tarde que se acabou. Esperei e desesperei de cega que estava pelo sol sufocante que não arredava pé.

 

 Esperei, estátua humana do amor que sinto, do amor que tenho para ti. Quando a tarde se findou e a noite deu de si, eu continuei à espera, em lágrimas, esperei. Quando o céu ardeu e a lua se fez rainha, a esperança que detinha no meu peito, foi morrer no sal do meu olhar, a olhar o horizonte da estrada por onde devias chegar.

 

 Não consigo deixar de esperar, ainda agora, que já deixei a varanda de madeira onde calquei os pés desnudos nessa tua espera infrutífera, ainda espero, mesmo descrente, mesmo sem fé, ainda espero, ainda amo. Daria a vida inteira, essa que gastei no soalho gasto, para entender o que te move e o que não. Quem és tu para me fazer esperar, em angustiante sentimento, no fim do mundo dos outros, envolta em tristeza e abandono, a chorar? Quem és, inconsciente amante que não dás sinal de vida, que não mandas mensageiros com novas de ti?

 

 As naus saíram do porto e foram encontrar os rochedos de fel. Estarias numa delas? Serias tão pouco homem que preferiste fugir deste amor que fizemos nas margens do rio? Talvez nem sequer tenhas ido, embriagado da covardia do não entendimento do sentir, embriagado num canto recôndito e obscuro desta metrópole que nos assalta e engole...

 

 Oh!, que eu esperei tanto por ti, por nós. E o sol brilhou e desapareceu e tu não vieste tirar-me do varandim sujo e descolorado. E eu ainda espero, tão longe que fui pousar, ainda espero pelo encontro do teu olhar, a fitar o meu, a dar-me de beber o amor que não aprendeste a controlar. Ainda espero, tola que sou, apaixonada que estou, espero e desespero, calada, numa ânsia surda e fria, espero. Com tudo o que tenho, sem medo de falhar, sem problemas se falhar, a tentar, espero. Quase sem ar, não vá perder a tua chegada por respirar alto demais. Tola, na espera de ti.

 

 

Quantas estrelas tem a noite, quantos sonhos tenho eu?

por lcferreira, em 13.03.11

 A noite tem dias de beleza rara, horas de realeza celestial.

 

 Ela tráz consigo um mundo novo, o fim dum ontem que não brilhou. Olhar um céu estrelado, mesmo que da janela suja da máquina de ferro, é abrir as portadas da mente, aos sonhos.

 A esses sonhos feitos de algodão doce e de esperança, esses sonhos de amor e de fé, em si e nos demais.

 Sonhar faz de nós pessoas melhores. Mesmo.

Ode da Noite das Recordações

por lcferreira, em 14.08.10

 Noite quente e sem voz, noite de lua que se esconde no terraço do prédio mais alto da urbe. Noite de solitária espera e recordação.

 Recordo-me de ti e das palavras que as tuas mãos escreveram e de como me fizeram sentir, do cheiro que não senti, do toque de que me desprendi.

 O amor em jeito de não-amor, a platónica necessidade de ti.

 

 Foste um sonho que me aconteceu, levavas-me do centro do meu mundo rural e mostravas-me as maravilhas que as torres altas encobriam. Foste o horizonte do meu dia, palavras apenas. A noite trazia-te com um sorriso nos meus lábios. Que falta me fizeste! Quantas noites frias e sombrias passei eu, sem a luminosa presença de ti, sem a luz que fazias sair de mim própria.

 Recordo-me de ti. Onde cái agora a tua voz? Por onde espalhas esse teu suave toque de carinho?

 

 Amigos. Nunca os terei demais e nunca os poderei substituir.

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