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L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

O Amor tem Tardes de Sofrimento Profundo

por lcferreira, em 25.05.11

 Esperei por ti toda a vida nesta tarde que se acabou. Esperei e desesperei de cega que estava pelo sol sufocante que não arredava pé.

 

 Esperei, estátua humana do amor que sinto, do amor que tenho para ti. Quando a tarde se findou e a noite deu de si, eu continuei à espera, em lágrimas, esperei. Quando o céu ardeu e a lua se fez rainha, a esperança que detinha no meu peito, foi morrer no sal do meu olhar, a olhar o horizonte da estrada por onde devias chegar.

 

 Não consigo deixar de esperar, ainda agora, que já deixei a varanda de madeira onde calquei os pés desnudos nessa tua espera infrutífera, ainda espero, mesmo descrente, mesmo sem fé, ainda espero, ainda amo. Daria a vida inteira, essa que gastei no soalho gasto, para entender o que te move e o que não. Quem és tu para me fazer esperar, em angustiante sentimento, no fim do mundo dos outros, envolta em tristeza e abandono, a chorar? Quem és, inconsciente amante que não dás sinal de vida, que não mandas mensageiros com novas de ti?

 

 As naus saíram do porto e foram encontrar os rochedos de fel. Estarias numa delas? Serias tão pouco homem que preferiste fugir deste amor que fizemos nas margens do rio? Talvez nem sequer tenhas ido, embriagado da covardia do não entendimento do sentir, embriagado num canto recôndito e obscuro desta metrópole que nos assalta e engole...

 

 Oh!, que eu esperei tanto por ti, por nós. E o sol brilhou e desapareceu e tu não vieste tirar-me do varandim sujo e descolorado. E eu ainda espero, tão longe que fui pousar, ainda espero pelo encontro do teu olhar, a fitar o meu, a dar-me de beber o amor que não aprendeste a controlar. Ainda espero, tola que sou, apaixonada que estou, espero e desespero, calada, numa ânsia surda e fria, espero. Com tudo o que tenho, sem medo de falhar, sem problemas se falhar, a tentar, espero. Quase sem ar, não vá perder a tua chegada por respirar alto demais. Tola, na espera de ti.

 

 

Contigo?...

por lcferreira, em 24.05.11

 Não sou igual sem ti, sem o teu cheiro forte, sem teu passo firme. Não sou. E não gosto.

 

 Peço-te que voltes, que olhes para o que deixaste acontecer e retornes. Eu sei que não partiste. Mas parece. Não estás aqui como suposto, estás e não te sinto, sinto que não te tenho. Sinto um turbilhão no peito, uma tempestade na cabeça, um sem número de coisas más e vis, que não quero, que não gosto, mas que estão cá dentro de mim, a consumir-me, a esgotar o meu amor, a testar a minha saúde. E tento que as entendas mas não consigo e isso só me faz sentir pior, apenas me deixa mais triste e cansada e derrotada. Deixa-me sem conseguir respirar.

 

 Estou cansada de ter esperança, cansada de estar cansada, exausta na espera de um milagre, duma intervenção divina que não chega e não se dá. Sinto-me velha, encarquilhada, fora do meu tempo e do meu jogo, outra de mim que não eu. Esta não sou eu. E tu não entendes, não vês. Não percebes que me perdes por não estares aqui, onde eu estou, a tentar, mesmo com mau ar, mas a tentar, a falar, a querer melhorar, a saber que não falar e dar mais tempo às coisas que mal estão, não vai ajudar, não tem ajudado. Não estás aqui, envolto no enredo da tua vida complicada, sem desejar mais complicações a acrescentar a muitas. Eu também as tenho. Mas estou aqui, não fui a lado nenhum, não finjo que está tudo bem. Talvez fosse mais feliz viver numa ilusão que fabricasse para me amenizar a alma. Mas seria viver em mentira e eu não aprendi a viver a vida assim, recuso-me, não aceito viver assim.

 

 Talvez estivesse enganada quando acreditei que o amor salvava tudo, que bastava amor entre duas pessoas para fazer rodar o mundo da melhor maneira, talvez tenha sido ingénua, inocente, crente numa fábula infantil. Parva. Não contei que amar, não dá vontade às pessoas para fazer melhor, achas que o tempo resolve o que é nosso de resolver, juntos, sem guerras civis, sem feridos, sem sangue derramado. O tempo tem ares de cura mas não aqui, não agora, não nisto. Isto é nosso de ultrapassar e eu não sei se queres.

 

 Precisamos de ajuda, eu preciso de ajuda, encurralada que estou neste remoinho de negatividade e lágrimas em que me encontro. Preciso de ti, presente, com vontade, sem dizer que o tempo a que se arrastam os problemas não é assim tanto como eu faço parecer, nesta ânsia de mudar o rumo que escolheste tomar e nele me arrastar. Todo o tempo que perdemos, não é recuperável. Dizeres que é, não faz de ti ingénuo nem inocente.

 

 Faz de ti mentiroso.

 

 

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