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L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

L.C. Ferreira Word

Porque tudo o que conheço não chega, porque nunca direi vezes suficientes e porque sim...

Enquanto isso, em 2014...

por lcferreira, em 30.03.14

Fechei as portas do Céu e da Terra de uma assentada, queimei as asas aos anjos e fundi os cornos dos demónios. Morri dentro de mim e renasci nas mãos tuas. Dentro do teu sangue e suor, debaixo da tua pele e por entre as tuas golfadas de ar.

 

Sei lá se estou perdida demais para que seja salva, apenas quero este sonho tornado real, esta vertigem enebriante que me invade e me suscita a vontade de ser mais, esta sede de um amanhã igual a este hoje.

 

Dá-me a mão, vem comigo, a loucura é um passo necessário à beleza de se estar vivo.

 

Quando Voltavas

por lcferreira, em 02.02.12

 

 E a tua ausência era um poço de dor que não se dava por findada quando a Lua se escondia por entre os olhos de quem se acha adormecido. Não, nada dela se acabava apenas porque o Sol teimava em abrir as portas do seu íntimo sonho diurno.

 

 A tua falta era um mar que me afogava o sorriso e me cortava o ar, tão sem ar me ficava que os olhos lagrimados chamavam por ti, nessa língua que não é de reis nem de rainhas, mas de pobres sentimentais aprisionados pelo tempo e pelo espaço.

 

 E então, tua ausência era uma trova que se elevava pelos céus de uma benesse que se aproximava a passos largos, um sem-número de palavras ocas e sonhadas, um bem querer que me aquecia a alma fugida.

 

 Quando voltavas e até à próxima partida, a vida era um enorme coração rabiscado e contente.

 

Entre( )Linhas e Pontos Finais

por lcferreira, em 27.09.11

 Eras tu ou era eu, que nos afundava a história e não deixava que ela se fizesse contar? Já não sei, já não me lembro, tenho nuvens nos olhos, tenho pedras no peito.

 

 Queria ter-te como nunca te tive, sentir-te como se não houvesse mundo à nossa espera, essa parafernália de cousas que temos para fazer, para desfazer, para agendar.

 Sinto-me um compromisso sem hora, um apontamento esborratado no calendário expirado, sem floridos, sem emoções.

 

 Se esta história não se perdura, não é por falta de Amor. Será por falta de quê, então?

 

 Não quero mudar mais, dar mais, dei que chegue, mudei bastante, que mais podes pedir?

 Tenho sangue quente nas veias, não me vou desculpar por tal.

 

 Não, não está a resultar. Nenhum de nós tem o que precisa, o que quer. E no entanto, amamo-nos.

 

 E eu não sei se consigo começar de novo.

 

 

Há Mais Guerra que Paz no Reino dos Amantes

por lcferreira, em 13.07.11

 

Os meus poemas morreram afogados, foste tu. Qual Adamastor, monstro dos mares e das brumas, foste tu quem matou cada um dos meus poemas. Jazem agora eles, no meio do sal das minhas lágrimas por ti derramadas. Mortos, frios e sem vírgulas, manchados, sozinhos. Vou correr a socorrê-los, será que vou a tempo?, sei que não mas posso tentar, tenho de tentar. Que te fizeram eles para que os dilacerasses, para que os desmembrasses sem pudor? Que pecado imperdoável foram cometer, que não te dessem outra escolha senão a de os destruíres? Eram pedaços do meu amor, odes de carinho e dedicação, fragmentos do meu coração. Rasgaste o meu coração quando rasgaste os meus poemas. Ei-lo agora, morto, frio, sangrado e traído.
Era teu. Morreu.

 

 

O Amor Não é Coerente

por lcferreira, em 12.07.11

 

 Sou estúpida e parva e grito e digo asneiras.
 Sou terna e amorosa e faço tudo quanto queres.
 Menos resignar-me e deixar cair a imensa falta de tacto com que me tacteias nuns dias.
 Sou tua e isso pôe-te num lugar confortável de onde não queres sair, nem que seja para fazeres valer o estatuto.
 És uma besta com um b muito maiúsculo e não me ligas patavina dias inteiros por saberes que ainda assim, estou lá, sou tua.
 E a culpa é minha por te deixar ser assim e te dar a segurança do meu regaço e do calor do meu amor que correu atrás do teu para o aninhar nele.
 A culpa é tua por seres assim e não te esmerares para mudar por mim e por nós e esperares que eu faça tudo e tudo se resolva por si só sem que tenhas que lutar por isso.
 Sim, sou estúpida e parva mas dou-te todo o meu amor e provo-to e mostro-to e tento falar contigo para se dar uma solução às coisas, às  nossas coisas e tento e tento e tento outra vez.
 O quê que tu fazes?
 Aturares-me apenas, apesar de difícil não é suficiente, eu também te aturo e as bases de uma relação não se medem pela capacidade de aturar o outro.
 Sou tua, tão tua que mete nojo, o medo de te perder é palpável e tu sabe-lo, parece que te aproveitas disso vez em quando.

 

 Durmo, o zumbido no meu ouvido estraga o que é de bom guardar, os cheiros e as flores que os sonhos negros engoliram. O céu é uma sombra sobre as árvores nuas. Vou adormecer com elas.

 

 Tenho saudades tuas.

 

 

 

Enquanto a Noite Cái sem Rendição

por lcferreira, em 08.07.11

 

 Perdoa-me, se conseguires.

 

 Perdoa que eu sinta e te inunde os ouvidos com o clamor desse sentir cego e sem botão de mute.

 Perdoa que chore como se não houvera amanhã e parta pratos e todas essas outras coisas emocionais, a teu ver, desnecessárias ao nosso viver.

 Perdoa que te queire mesmo com defeitos, numa esperança casta que este amor te ensine a dar por dar, a dar por receber, a dar.

 Perdoa que tenha esperança e fé que não no Deus que admiras, mas em pessoas normais, a viver as suas vidas com devoção suficiente pelo coração de cada um.

 Perdoa que não reze como tu, que eu rezo cantando a música que me toque ao peito e me dê alento.

 Perdoa que goste de pessoas mesmo que não goste de todas e lhes responda tudo quanto a minha mente intenta, sem olhar ao decoro e à hipocrisia com que achas que o mundo merece ser tratado.

 

 Perdoa que não ligue a estereótipos fracos e sem razão, que queira e viva como me convèm, que acredite que a beleza e a fealdade dos seres está por dentro e nunca à superfície deles.

 

 

 Mas perdoa especialmente que te ame, que te tenha este amor grande e palerma, sem regras, cheio de 8's e de 80's, este amor que me deixa as veias do coração a bombear sangue que nem loucas, que me deixa louca. Perdoa que queira estar no teu regaço durante horas a fio e que te peça para me levares contigo a ver o mundo e suas cores, que a tua presença é-me vital e mortífera.

 

 Ser tua e de não outro, é tudo por quanto posso pedir perdão.

 

 

Divagações de um Ser Ausente de Si

por lcferreira, em 08.07.11

 

 É tarde. A noite está cerrada e vestida de um luto que dói.

 

 Quisera-te aqui a amenizar a crescente provação dos dias lentos e quentes. Este Inferno meu, sem ti.

 

 É de oiro e prata este penar soluçante que se pendura na garganta fechada e seca de onde não saem poemas de amor.

 

 Dói-me o peito e o ar falta-me, faltas tu e teu cheiro a suor que se entranha na carne, teu sorriso patético e sem vontade. Oh!, que angústia esta que me assola e dá de beber amargo trago sem pejo! Que miséria de espírito me assalta e me rende, me leva a melhor através do cansaço de te tentar ensinar a perceber a dor que causas. Todo o corpo me dói e se verga à vontade do sofrer molhado das faces ruborizadas.

 

 Eu não sou mais eu. Sem ti eu sou nada, contigo nem sei. Não sou eu de maneira alguma, deixei-me enredar em ti e nos teus modos grosseiros e já me esqueci de ser eu.

 

 Não me conheces. Achas que sim mas enganas-te. Não, não é possível que me conheças. Eu não me conheço.

 

 Sou uma mancha branca que se move e respira em silêncio, sou pouco mais que a sombra que largas em qualquer lugar, sou a loucura de viver para amar.

 

 Ou era.

 

 

Far Away

por lcferreira, em 04.07.11

 

 Eu sei que te pedi para não vires.

 Mas devias ter vindo.

 Devias ter fincado o pé e lutado pela minha presença física no teu viver.

 

 Estás longe e frio, onde não te posso tocar nem olhar.

 

 Resta-me a solidão de um amor que sobrevive às investidas dos erros e das palavras cruas.

 

 

Sons de Amor em Mãos de Água

por lcferreira, em 27.05.11

 Palavras, é o que são, meros sons que se soltam da boca e se vão poisar em teus ouvidos. Palavras empinadas umas nas outras, sem saber onde se enfiar, tamanho o tamanho e peso de cada uma. Palavras tiradas à força, sem dó, sem piedade, e que piedade haverá na descrição do volume de um peito aberto em mãos tuas?...

 

 Palavras a rasgar o breu silêncio a que as boas maneiras vetaram a vontade de gritar, essa vontade que ferve e queima e arranca pele, qual é a intensidade do seu sentimento agreste. Palavras caladas, mudas e surdas, fingidas, singelas, palavras de Amor.

 

 Palavras penduradas no ar, promessas de dias de um tempo melhorado, confidências do mais íntimo e intimorato dos sangues. Palavras que dizem tudo, que deixam tudo por dizer, palavras de paz e de guerra, escritas nos olhos de quem as diz e de quem as cala.

 

 Palavras...para quê?...

 

 Para saberes e não te esconderes nessa capa de sol apagado com que miras a vida passar. Para que aprendas que os sentimentos se revoltam mesmo que lhes digas que não podem. Para veres o efeito que têm quando ditas com emoção explícita e desembaraçada.

 

 São apenas palavras. Saíram de mim, foram endereçadas a ti, por entre um chorar sem razão aparente. Ter-se-ão perdido? Diz-me que não.

 

 Com uma mão cheia de palavras.

 

 

O Amor tem Tardes de Sofrimento Profundo

por lcferreira, em 25.05.11

 Esperei por ti toda a vida nesta tarde que se acabou. Esperei e desesperei de cega que estava pelo sol sufocante que não arredava pé.

 

 Esperei, estátua humana do amor que sinto, do amor que tenho para ti. Quando a tarde se findou e a noite deu de si, eu continuei à espera, em lágrimas, esperei. Quando o céu ardeu e a lua se fez rainha, a esperança que detinha no meu peito, foi morrer no sal do meu olhar, a olhar o horizonte da estrada por onde devias chegar.

 

 Não consigo deixar de esperar, ainda agora, que já deixei a varanda de madeira onde calquei os pés desnudos nessa tua espera infrutífera, ainda espero, mesmo descrente, mesmo sem fé, ainda espero, ainda amo. Daria a vida inteira, essa que gastei no soalho gasto, para entender o que te move e o que não. Quem és tu para me fazer esperar, em angustiante sentimento, no fim do mundo dos outros, envolta em tristeza e abandono, a chorar? Quem és, inconsciente amante que não dás sinal de vida, que não mandas mensageiros com novas de ti?

 

 As naus saíram do porto e foram encontrar os rochedos de fel. Estarias numa delas? Serias tão pouco homem que preferiste fugir deste amor que fizemos nas margens do rio? Talvez nem sequer tenhas ido, embriagado da covardia do não entendimento do sentir, embriagado num canto recôndito e obscuro desta metrópole que nos assalta e engole...

 

 Oh!, que eu esperei tanto por ti, por nós. E o sol brilhou e desapareceu e tu não vieste tirar-me do varandim sujo e descolorado. E eu ainda espero, tão longe que fui pousar, ainda espero pelo encontro do teu olhar, a fitar o meu, a dar-me de beber o amor que não aprendeste a controlar. Ainda espero, tola que sou, apaixonada que estou, espero e desespero, calada, numa ânsia surda e fria, espero. Com tudo o que tenho, sem medo de falhar, sem problemas se falhar, a tentar, espero. Quase sem ar, não vá perder a tua chegada por respirar alto demais. Tola, na espera de ti.

 

 

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